O POMBO DEPENADO
No inverno, a água do riacho era gelada, e o judeu que estava lavando a lã, sentia os dedos dormentes. Enquanto ele trabalhava, o sultão passou por ali.
- O que é mais - o sultão perguntou ao judeu - cinco ou sete?
- O que é mais, 12 ou 32? - o judeu replicou.
- Já houve um incêndio na sua casa? - prosseguiu o sultão
- Houve cinco, e espero mais dois - o judeu respondeu.
- Se lhe mandar um dos meus pombos, será capaz de depená-lo?
- Mande e verá - respondeu o judeu.
Espantados, os membros da comitiva do sultão escutaram a conversa mas não interferiram.
De repente, o sultão perguntou ao seu vizir:
- Entendeu alguma coisa da minha conversa com o judeu?
- Como poderia entender - respondeu o vizir - se falaram por enigmas?
- Não tem vergonha?! - sultão zangou-se. - VocÊ é o meu vizir.
Supõe-se que seja o maior sábio do país. No entanto, um simples judeu me entende, e você não! Tem três dias para me dar a resposta certa. Se não conseguir, está despedido.
O vizir ficou perplexo. Correu para o palácio e reuniu os seus sábios e conselheiros, mas não houve quem lhe dissesse o significado da conversa entre o sultão e o judeu. Diante disto, o vizir mandou que lhe trouxessem o judeu.
- Qual o significado das perguntas que o sultão lhe fez? - ele perguntou.
- Digo, mas se for por mil 'dinares' - propôs o judeu.
- Que insolência! - Espera que eu lhe pague mil 'dinares' pelo significado de algumas miseráveis palavras?
- Se não vale, não pague - disse o judeu, e foi embora.
Na manhã do terceiro dia, poém, o vizir mandou chamá-lo às pressas.
- Vamos... rápido... aqui estão os mil 'dinares'... explique-me as perguntas!
Tendo embolsado o dinheiro, o judeu deu a seguinte explicação ao vizir:
- Quando me viu lavando lá no riacho gelado, o sultão perguntou se sete não era mais que cinco. Estava-me perguntado se eu não ganhara o suficiente nos sete meses de calor, para não precisar trabalhar nos cinco meses de frio. Respondi-lhe que 32 é mais do que 12. Com isto, dizia-lhe que, com meus 32 dentes, sou capaz de comer mais do que consigo ganhar em 12 meses. Em seguida, o sultão perguntou se já houvera um incêndio na minha casa. Estava apenas me perguntando se eu já casara algum filho, porque, quando se casa um a gente fica mais pobre do que depois de um incêncio. Respondi-lhe, então, já ter passado por cinco, e esperava mais dois. Finalmente, o sultão me perguntou se eu seria capaz de depenar um pombo que ele me mandasse. A minha resposta foi "mande e verá". Como vê, ele o mandou a mim. Agora, vá o senhor e informe o sultão se o depenei ou não.
[Esse texto vi num livro de cultura judaica, na seção de humor].
No inverno, a água do riacho era gelada, e o judeu que estava lavando a lã, sentia os dedos dormentes. Enquanto ele trabalhava, o sultão passou por ali.
- O que é mais - o sultão perguntou ao judeu - cinco ou sete?
- O que é mais, 12 ou 32? - o judeu replicou.
- Já houve um incêndio na sua casa? - prosseguiu o sultão
- Houve cinco, e espero mais dois - o judeu respondeu.
- Se lhe mandar um dos meus pombos, será capaz de depená-lo?
- Mande e verá - respondeu o judeu.
Espantados, os membros da comitiva do sultão escutaram a conversa mas não interferiram.
De repente, o sultão perguntou ao seu vizir:
- Entendeu alguma coisa da minha conversa com o judeu?
- Como poderia entender - respondeu o vizir - se falaram por enigmas?
- Não tem vergonha?! - sultão zangou-se. - VocÊ é o meu vizir.
Supõe-se que seja o maior sábio do país. No entanto, um simples judeu me entende, e você não! Tem três dias para me dar a resposta certa. Se não conseguir, está despedido.
O vizir ficou perplexo. Correu para o palácio e reuniu os seus sábios e conselheiros, mas não houve quem lhe dissesse o significado da conversa entre o sultão e o judeu. Diante disto, o vizir mandou que lhe trouxessem o judeu.
- Qual o significado das perguntas que o sultão lhe fez? - ele perguntou.
- Digo, mas se for por mil 'dinares' - propôs o judeu.
- Que insolência! - Espera que eu lhe pague mil 'dinares' pelo significado de algumas miseráveis palavras?
- Se não vale, não pague - disse o judeu, e foi embora.
Na manhã do terceiro dia, poém, o vizir mandou chamá-lo às pressas.
- Vamos... rápido... aqui estão os mil 'dinares'... explique-me as perguntas!
Tendo embolsado o dinheiro, o judeu deu a seguinte explicação ao vizir:
- Quando me viu lavando lá no riacho gelado, o sultão perguntou se sete não era mais que cinco. Estava-me perguntado se eu não ganhara o suficiente nos sete meses de calor, para não precisar trabalhar nos cinco meses de frio. Respondi-lhe que 32 é mais do que 12. Com isto, dizia-lhe que, com meus 32 dentes, sou capaz de comer mais do que consigo ganhar em 12 meses. Em seguida, o sultão perguntou se já houvera um incêndio na minha casa. Estava apenas me perguntando se eu já casara algum filho, porque, quando se casa um a gente fica mais pobre do que depois de um incêncio. Respondi-lhe, então, já ter passado por cinco, e esperava mais dois. Finalmente, o sultão me perguntou se eu seria capaz de depenar um pombo que ele me mandasse. A minha resposta foi "mande e verá". Como vê, ele o mandou a mim. Agora, vá o senhor e informe o sultão se o depenei ou não.
[Esse texto vi num livro de cultura judaica, na seção de humor].
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